26.3.02

Et, Apocalipse Now, Star Wars, O Exorcista... A lista de filmes que os diretores revisitam está crescendo. Se contarmos os remakes, adaptações de série de tv e as continuações, um terço dos filmes que devem chegar aos cinemas este ano já foram vistos antes.

25.3.02

Hoje deve ser o dia dos pontos de vista discordantes, mas que dão muito o que pensar. Agora é of Kishore Mahbubani - o embaixador de Singapura na ONU - comentenado em uma entrevista alguns pontos de um livro seu lançado recentemente: Can Asians Think?.
Eddie Campbell faz algumas reflexões sobre os quadrinhos como arte. Não concordo com tudo, mas ele faz algumas observações muito interessantes.
Falando em No, Pedro Dória e Silvio Meira costumam mandar bem, cada um no seu canto.

Pela própria natureza da sua coluna (um blog limpinho, na verdade), o Dória às vezes fala as coisas muito tarde - três dias, uma semana - mas costuma valer a pena. Já o Sílvio Meira está encerrando a coluna com a edição no ar.

Mais um sinal do fechamento iminente do site?
Eu acho que o IG está publicando semanalmente uma coluna escrita por Umberto Eco, mas não posso confirmar. Do IG, só visito com freqüência o No. Não tenho paciência para caçar naquela página inicial confusa algo interessante no meio de tanta bobagem. E não há um arquivo fácil das colunas.

Na coluna que está lá, Eco - o maior ninja vivo, dando pau tranqüilo em Noam Chomsky - comenta como o computador está acabando com a possibilidade de estudos das versões intermediárias de um texto.

23.3.02

The British school, whatever its failings, is good at giving offense. Americans, by contrast, are good at not giving it. This makes them better people, for sure. But does it make their papers better?
Um tal de Tunku Varadajan, em Tedium on Deadline

22.3.02

Em lugar de ler 100 Balas, reli Rock of Ages, a melhor história escrita por Morrison no seu tempo na JLA.

A história já começa bem, com a Liga enfrentando umas duplicadas feitas de luz sólida, comandadas pela "Injustice Gang" - entre aspas, mesmo com o itálico (os integrantes só falam assim) - montada por Lex Luthor. O segundo vilão mais legal dos quadrinhos - atrás só do Coringa, que também faz parte do grupo - planejou a derrota da Liga como se planeja uma aquisição hostil.

Daí uma série de idéias muito legais: Batman planejando um contra-ataque também em moldes empresariais, Ajax morfando seu cérebro, as traições e infiltrações no grupo... E ainda por cima - no meio da história mesmo - uma outra história envolvendo um futuro alternativo onde Darkseid tomou a Terra por conta das ações da Liga contra seus oponentes.

Rock of Ages é de uma intensidade fantástica, com dezenas de coisas acontecendo e várias outras sugeridas. Muita gente não entendeu a história, aliás, o que me faz pensar sobre as capacidades intelectivas dos leitores de hq...

Melhor mudar de assunto.
Hoje, este blog completou 2000 acessos. Se contei direito, eu encontrei a pessoa que virou o placar. Besteira - e 2000 acessos em um ano não são grande coisa - mas fico emocionado.

Sniff.
Além de pendurar aqui meu comentário sobre banda larga, eu enviei o troço para uma lista de discussão. Como resposta, um dos membros mandou um comentário da Esther Dyson gritando contra a largura de banda. Ou pelo menos contra seu modelo de desenvolvimento.
Dia de Gibi (mais ou menos) Novo Vagabond

Comprei esse negócio uns dias atrás, só por não ser um mangá para crianças - raridade nas bancas. Vagabond, de Eiji Yosikawa, conta a história de Musashi, o samurai-modelo e lenda nacional.

É bem legal, mas em termos de mangás de samurais Lobo Solitário é bem mais legal - até por não se prender a uma biografia. Os desenhos de Vagabond são muito bonitos, mas meio pesados, não conseguindo dar a mesma impressão de velocidade e leveza que pega tão bem ao mostrar lutas de espadas.

21.3.02

A tão esperada banda larga - que segundo minha experiência, nem é tão larga assim - está gradualmente chegando às residências. Hoje, já é possível pagar menos por um pacote de tv por assinatura e o acesso a cabo do que se paga pelos pulsos telefônicos (isso também é experiência própria). Infelizmente isso não quer dizer que o conteúdo transmitido vá sofrer uma alteração qualitativa ou formal.

Hoje, é possível baixar um filme ou música em tempos razoáveis, sem pagar nada - graças ao milagre da pirataria - mas isso provavelmente não vai acontecer no futuro. Além do modelo de acesso diferenciado - baseado no da tv por cabo, que não é common carrier - os mecanismos de compactação que estão sendo pesquisados terão mecanismos de controle muito mais sofisticados.

E - para completar a bagaceira - a ambição dos criadores é cobrar uns bons trocados dos criadores que utilizarem os codecs, reduzindo a concorrência criada por pessoas que deveriam calar a boca, sentar e ser apenas audiência.
Boy on a Stick and Slither apresenta Belief.
Não-Idéia Provocada pelo Sono

Começar um blog sobre música. O assunto que menos entendo daqueles que todo mundo sabe é música. Daí iam me chamar de idiota, linkar para lá e... Eu ia ser um idiota muito linkado, diminuindo meu street credit de forma extremamente satisfatória.

Melhor ainda: vou falar de shows!
Eu pretendo morrer quieto, sem dizer nenhuma última palavra, guardando qualquer coisa para o epitáfio. Claro que é um projeto a longo prazo, mas um defunto prevenido vale por dois.
Ando sem paciência e tempo essa semana. Recebi 100 Balas na semana passada e nem passei as páginas, comprei Vagabond e nem abri, peguei as JLA que faltavam (YES!) e não reli Rock Of The Ages. Minha pilha de links para lere está crescendo... Acho que vou para a frente da televisão e não vou sair de lá tão cedo.

19.3.02

Tive usa série de compromissos - com um bom intervalo entre eles - na rua hoje. Ao rearrumar a mochila par diminuir um pouquinho o peso, não deixei absolutamente nada para ler, a não ser a Play, que já tinha lido de capa a capa. O pior é que quando abria a mochila esperava encontrar dois dos livros (História do Espaço e O Segundo Diário Mínimo lá.
Dia de Gibi Novo: The Authority 28

Um dos membros de verdade da Authority entra na Balsa, liberta Apollo e senta o braço nas paródias que substituíram o grupo original. Acho que desde Cavaleiro das Trevas eu não esperava tanto para ver alguém apanhando (na ficção, pelo menos).

Claro que o monstrão que pancou o resto do grupo aparece para resolver as coisas, mas ele também vai ver o dele.

O motivo de eu me empolgar tanto com gente saindo na mão? As posturas políticas dos personagens: de um lado humanistas brigando por um mundo melhor para todos, do outro o pior lado do G8 querendo segurar tudo no lugar.
Ok, eu confesso: eu odeio Hair e gosto de Jesus Christ Superstar. E não se fala mais no assunto.

Agora de volta a 2002.

18.3.02

Today I'm reading a book that tells me to move to new adventures.

Tomorrow I'm reading another book.
Eddie Campbell - através do seu alter ego Alec - em Graffiti Kitchen.
Hoje comecei a ler O Segundo Diário Mínimo e Uma História do Espaço.

O primeiro pode ser definido como Umberto Eco brincando de Luís Fernando Veríssimo. Apesar de às vezes ficar sem entender alguma coisa por conta das referências italianas, estou gostando do livro - que coleciona crônicas publicadas na década de 80 em uma revista de lá.

Do outro, só li o capítulo de abertura, onde a autora estabelece algumas bases de comparação entre os ciber-gnósticos e os cristãos de raiz. Promete.

17.3.02

Why can't you cryogenically freeze your grandma? Well, in some states you can. But you don't get to do as you please with your dead because a very long legal tradition rejects the notion that family members own the remains of their loved ones. This rule stems from the 17th-century British belief that human souls have the right to reclaim their bodies on Resurrection Day, therefore they can't transfer those rights to their descendants.
Sobre os direitos dos cadáveres - ou sobre os cadáveres - na Slate
Às vezes eu me surpreendo me divertindo com coisas como essa ou essa aqui.

16.3.02

Menina, pára um segundo e pensaa no que tá fazendo! Quem é esse cara, pô? Ele te derruba, te amarra, diz para confiar nele, e você trepa com ele! Tudo no mesmo dia!

Quer dizer, olha só! Um vagabundo! Tem uns dez anos que não toma banho nem troca de roupa! E ele... Tá faltando dentes! Ele...

Tudo bem! Perdi uns dentes também!
Maggie, refletindo sobre o absurdo de sua sitação e chegando a uma conclusão muito tocante, em 100 Quartos, uma história de Love and Rockets.
Combates que gostaria de ver

Luther Blissett vs Netochka Nezvanova .
Dia de Gibi Novo: Planetary: The Fourth Man

Eu ainda nem abria as 100 Balas, mas quando um amigo apareceu aqui para devolver uma coisa e deixou a segunda encadernação de Planetary que trata de uma equipe de "arqueólogos do desconhecido" operando para remontar a história secreta do século XX - principalmente os eventos ligados aos superseres.

Como já disse antes, Planetary é uma obra-prima, ao encaixar diferentes arquétipos dos quadrinhos e cultura pop em uma narrativa que faz sentido e se monta sobre o pastiche, mas não se esgota nele. Nas seis edições que forma essa encadernação temos remixes de filmes de monstros atômicos dos anos 50, John Constantine e quadrinhos da Vertigo, Nick Fury e James Bond, Matrix e Invisíveis.

É esse tipo de quadrinho ficção que eu gosto de ler: escrito por gente mais esperta que eu, que realmente consegue escrever coisas que eu não conseguiria colocar em um jogo de RPG ou que encontraria por acaso durante uma tarde de zapping mental.

Planetary - segundo uma propaganda nas revistas da Pandora Books - deve chegar às bancas brasileiras dividindo revista com The Authority.

Ah, sim: eu estava certo sobre quem era o Quarto Homem.
Ontem tive que ir no centro da cidade, para acertar um trabalho. Como o escritório só abria depois das duas, entrei em um sebo que abriu há alguns meses por lá, o Berinjela.

Eu não gosto de ir em sebos com uns dez reais no bolso: sei que dá para comprar um ou dois livros, mas o processo de escolha é muito doloroso. Na hora que entrei, sabia que estava desistindo de comprar as JLA que faltam para completar as história de Morrison no título este mês.

Ao contrário dos outros sebos que visitei em Salvador, o Berinjela é iluminado, espaçoso e arejado. Tão arejado que eu consegui comer lá dentro (um quiche bem legal) em vez de ficar sufocando como fico em um sebo na Barra.

A primeira coisa que fui ver foram os quadrinhos. Deu para ver que quem colocava os preços entendia do negócio. Um número de Sandman estava por R$7,00, um número das Capitão América de Rob Liefeld - muito, muito, muito, muito, muito ruim - estava por R$2,00. Eu separei algumas coisas, já me preparando para o primeiro corte. Tirei as revistas que já tinha lido e ficaram uma edição de Love and Rockets e cinco números de Lobo Solitário (que acabei deixando lá por não ter o primeiro da série).

Daí fui para a parte de livros. Por sorte, estava com pouca paciência e pulei as prateleiras de não-ficção. Escolhi uns 10 livros, mas acabei ficando com Leviatã (Paul Auster), Fogo Pálido (Nabokov), O Segundo Diário Mínimo (Umberto Eco) e Estorvo (Chico Buarque), para dar de presente. Entre os que ficaram - e estão me incomodando - foram Ardil 22 (Joseph Heller) e Crash (Ballard). O total deu R$35,00.

Só depois lembrei que eu ia ter que comer de qualquer jeito, então essa parte - que dava para pagar o Crash não entraria nos gasto "com livros".

O Berinjela fica no térreo do prédio bem em frente ao ponto final dos ônibus que vão para a Praça da Sé, em Salvador.
Na quinta, quando fui na outra livraria - a que tinha os dois números de New X-Men - resolvi comprar um livro que eu já tinha até separado na que eu gosto mais. Perguntei disse para o vendedor do primeiro piso que não lembrava o título ou a autora, mas sabia a editora, a coleção e o tema - "Internet". Ele disse que eu deveria ao piso superior.

Cheguei lá, tinha uma balconista com cara de muito sono. Repeti o que disse - "Coleção Interface, Jorge Zahar Editor" e ela me perguntou o título de outro livro da coleção. "Cultura da Interface", respondo eu. Daí a mulher se surpreende quando o resultado da busca só dá um título.

"O nome da Coleção é Interface", daí ela retrucou que eu tinha dito "Cultura da Interface". Chegou outro vendedor, que me perguntou o que eu queria. Lembrei o nome que sempre esqueço Uma História do Espaço - De Dante à Internet, de Margaret Wertheim.

- História é no outro piso.
- O livro é sobre história e informática.
- História e informática? Que livro é esse?!
- Deixa para lá. Muito obrigado.

Na saída, ainda ouvi os dois conversando - alto o suficiente para ouvir - como eu era mimado e nervosinho.

Comprei o livro - que devo começar em breve, no GREC - na livraria que eu gosto mais, onde sou atendido por máquinas solícitas e vendedores que só precisam apontar a prateleira.

14.3.02

Dia de Gibi Novo: New X-Men 120 e 121, 100 Balas 1 a 4 e The Authority 1 e 2

Depois de um longo período restrito a carros e caminhos curtos, pude ir pegar meu salário no banco e - por obrigatória conseqüência - começar a gastá-lo. A primeira coisa que fui atrás foi a New X-men, que eu sabia já estava para ser recolhida. Na única livraria que vende a revista por aqui, não tinha mais, só tendo o número 121.

Fiquei puto - dá um trabalhão conseguir edições atrasadas - e resolvi dar uma volta pelo shopping, passando em outra livraria que - por algum milagre - resolveu começar a vender o título.

As duas estão muito boas, ao contrário da edição anterior, onde muito pouca coisa acontecia. Na 120 (por Grant Morrison e Igor Kordey), Jean Grey-Summers defende - com a ajuda de alunos de lá - a escola Xavier dos U-Men - um grupo que mata mutantes para roubar e implantar os órgãos. Jean, como todo mundo já esperava, enche os caras de porrada, usando seus poderes (telecinésia e telepatia) de forma muito interessante (e que me lembrou algumas coisas que Ragged Robin fazia em Invisíveis.

Na 121, Jean e Emma Frost entram na cabeça do Professor X, descobrindo algo muito ruim mesmo. A história é contada sem balões e traz de volta Frank Quitely aos desenhos.

Eu sempre me interessei por histórias de "resgastes psíquicos", mas me irritava com os clichês que pareciam ser obrigatórios: ciranças, brinquedos, essas tralhas. Morrison bolou um cenário bem legal que permite que a revista - que li em menos de cinco minutos - tenha replay value alto.

As Authority chegaram pelo correio (junto com as 100 Balas, que ainda não toquei). A história é ação pura, mas cheia de idéias interessantes - muito parecerida como a JLA de Morrison depois de tomar anfetaminas. Eu já sabia o quê ia acontecer, diminuindo um pouco o impacto, mas a caracterização é muito bem feita, mesmo no meio de batalhas homéricas - coisa que os caras de Hollywood podiam aprender com Ellis.

Os desenhos de Brian Hitch são muito bons, tanto na destruição de cidades (três, aliás) quanto nos detalhes (Jenny Sparks é dentuça). Se algum dia aparecer nas bancas desse buraco, compre.

13.3.02

YES!
Estou quase terminando Mangá - O Poder do Quadrinho Japonês, da Sonia Bibe Luyten.

Apesar de muito bom, o livro não me acrescentou muita coisa, já que eu leio sobre mangás há algum tempo - e a história e as características do meio são iguais. Mas - além de servir para organizar o que eu sabia sobre o assunto - o livro traz algumas análises muito interessantes.
Já passei daquela fase em que não gostava de nada que todo mundo gostava - só não digo indie porque não era bem isso - mas ainda hoje não entendo qual a graça das listas de best-sellers. Todo mundo tá lendo (ou comprando), então eu tenho que comprar também? Não era mais jogo pegar emprestado e pronto?

Além disso, dependendo do recorte, quase tudo pode ser um best-seller.

Ah, sim: e eu também não vejo Casa dos Artistas e nem vou assistir Uma Baba Brilhante. Melhor ficar sem assunto.

12.3.02

A primeira versão em papel do Aoristo está pronta e disponível. Você vai precisar do Adobe Acrobat Reader para ler. Há um bom tempo eu tenho vontade de fazer um zine, mas sei lá por que, só rolou agora.

Quer dizer, nem rolou direito ainda. Faltam as cópias para distribuir.

9.3.02

Há uns seis meses - pelo menos - ando bastante entediado com a Wired. Tanto que nem olho mais o site direito. Se ainda olhasse, não ia precisar de recomendação para isso.
One can't even think about a midlife crisis without heavy-duty financial planning, because it is an essential element of the American creed that anything worth doing stupidly is worth doing at great expense.
David Brooks, falando sobre a crise de meia idade na Atlantic.

7.3.02

Desconfio que parte dos problemas financeiros da Salon vem da equipe de espiões que a revista está empregando. Basta alguém mencionar qualquer coisa que logo está lá.

Mmmmm... Acho que essa é a prova que eu precisava para provar que vivo em uma simulação feita só para mim.
Para quem "não fez nada", vocês estão falando demais.

Se as pessoas suspeitassem que eu fiz algo muito, muito ruim - e que seria capaz de fazer de novo se me enchessem o saco - eu não ia negar nunca. A não ser que tivesse feito.

Em outras palavras, dona CIA, ninguém vai acreditar na senhora, seja lá o que você diga.
Comecei a ler Mangá - O Poder do Quadrinho Japonês, da Sonia Bibe Luyten. Comprei em dezembro, mais ou menos dez anos depois de ter lido a respeito em uma IstoÉ Senhor que achei em um consultório médico. Até agora o livro vai muito bem, com uma análise do cenário onde os mangás surgiram.

Mas o melhor mesmo é a capa, linda.

6.3.02

Para quem está em Salvador

O Ciberpesquisa, da Facom-UFBA - nas pessoas de André Lemos (PhD), Cláudio Manoel (Superstar DJ) e eu (...?) - está organizando o Soulcyber III, um evento com com exibições filmes, animês e uma oficina de música eletrônica.

O babado vai rolar entre 04 e 27 de abril, no auditório da Facom.

Assim como seus antecessores em 1999 e 2001, o Soulcyber III tem como objetivo discutir com a comunidade temas relativos à da Cibercultura a partir dos seus objetos. A entrada para os filmes é franca, a oficina de música R$40,00.

Confira a programação. E vê aparece.
Finalmente recebi a Play nova. Estava esperando desde o início da semana passada, quando o Alexandre Matias - o editor da revista - disse que tinha mandado. Já estava suspeitando que os porteiros aqui do edifício tivessem entrado na conspiração mundial contra mim e güentado a revista. Daí lembrei que eles dormem o dia todo e não dá para ler de olhos fechados.

Gostei mais da segunda edição que da primeira. Os temas menos batidos (Matrix chama a atenção, mas há tempos não era novidade), mais coisas brasileiras (os 20 para 2002 e dois textinhos meus (um no meio da matéria de capa, outro sobre o Steven Johnson no final).

5.3.02

Há algum tempo, a Salon vem publicando uma série sobre obras-primas: o Concorde, A Sangue Frio, o edifício Chrysler, Seinfeld e agora 2001.

2001 é, para mim, o exemplo mais claro de como algo pode ser bom - mesmo uma obra-prima - e não se encaixar em um determinado gosto pessoal. Eu sei porque o filme é perfeito, mas não consigo deixar de achar chato.
Who cares whether Britney's getting any? Journalists, primarily, because journalists hate being lied to.
Lisa Gabriele, da Nerve, sugerindo que Britney Spears cale a boca ou desista desse negócio de virgindade.

Claro que eu não nem aí para aquela cantora de terceira, mas o texto levanta alguns pontos interessantes sobre a imagem dela. E tem algumas frases fantásticas.

4.3.02

Sobre a verticalização à paulada das alianças partidárias: ponto e contraponto.

Ainda não decidi minha opinião a respeito, mas nem importa muito: o fato é que num regime democrático existem certas formas de resolver aquilo que interessa a todos. E não parece ser o acontecido no caso.
Acho que já tem mulheres revoltadas de 14 anos e homens priápricos de 15 demais para que eu continue dando uma olhada em todos os blogs com título em português na página inicial do Blogger.

Ou, como diriam eles:

Tem muito blog ruim :(((((((((..... Que bom que o meu não é assim ehehehehe!!!!!!!
Eu quero continuar lendo O Efeito Urano, mas não acho o maldito em lugar nenhum. Se você por um acaso entrou aqui em casa, levou meu livro e comeu meus chocolates, faz favor de mandar o livro de volta.
Dia de Gibi Novo: Superman 17

Não sei há quanto tempo eu não comprava uma hq da Abril. Só lembro que depois que soube que eles não iam mais publicar histórias da Liga da Justiça escritas por Morrison, eu parei de prestar atenção.

Comprei a revista por conta de uma história da Liga, a primeira que Mark Waid escreveu depois de assumir o título: Torre de Babel. Gosto muito das coisas que ele escreve, apesar de os personagens não costumarem me empolgar.

A história - que começa e termina nessa edição - começa com o clima das histórias de Morrison, mas um pouco mais contida. Um vilãozão tem um plano para matar uma pancada de pessoas na Terra - tudo com o objetivo de salvar o meio ambiente a longo prazo. Contando com a interferência da Liga, ele resolve tirar seus membros de circulação antes que eles possam impedir seus planos. Ele consegue, usando os planos de contingência que roubou de um membro da equipe.

Depois que os outros descobrem - mas só porque o autor dos planos conta - eles ficam fazendo bico e decidem expulsar o cara, depois de deter o vilão com ajuda dele, obviamente.

Achei a história muito pouco satisfatória, os personagens um pouco menos convincentes que o habitual e muito menos maduros do que deveriam ser. Acho que vão passar alguns anos antes que eu leia uma história da Liga e tenha aquele "maniacal pop rush" de quando Morrison escrevia.

2.3.02

Sobre as imagens faltando
O servidor onde eu mantinha as imagens encerrou seus serviços. Alguém tem alguma sugestão de servidor com acesso ftp que dê uns 10mb?
Ontem, o Estado de São Paulo divulgou algumas das besteiras que apareceram nas redações do último exame nacional de cursos. As reações: muitos "ahs!" e "ohs!" e - com certeza - uma matéria idiota no Fantástico de amanhã ou da semana seguinte apontando os resultados como um indicativo dos poderes estupidificantes da má qualidade das escolas.

Apesar de existirem aberrações, não acredito que a lista seja significativa. Conhecendo meus coleguinhas jornalistas, eles selecionaram aqueles erros mais idiotas e engraçados, só apra chamar a atenção do leitor. O erro mais absurdo não tem importância. O importante para o futuro da educação nacional (supondo que exista real preocupação com isto) é a curva, não os pontos fora dela.

O que acaba escapando da análise são justamente as tendências gerais. Se dez pessoas escrevem "urubú" não é nada. Se quarenta mil não conseguem um grau razoável de clareza é preocupante.

Cadê os resultados importantes, que não foram divulgados juntos?
Ainda estou de pé quebrado. "Pé?", você pergunta, "Mas não era dedo?". Era, mas o médico descobriu mais dois pontos fraturados - que segundo ele não estavam na primeira radiografia. Mas estavam: sabendo pelo quê procurar, até eu achei.

E este blog com isso?

Este blog tem com isso que desde antes do carnaval eu não vou a uma banca ou uma livraria, não tendo muita idéia do que está acontecendo. Imagino que Cavaleiro das Trevas 2 está nas bancas e que The Authority também deve ter chegado aqui na roça.

Além disso, o calor e o gesso coçando acabam com minha concentração. Não estou conseguindo ler muita coisa. E meu "salário" está lá, num banco do outro lado da cidade, esperando eu aparecer para pegar.

Pelo menos as Authority e a Play 2 devem estar chegando aqui em casa até segunda.
Alguns testes são irresistíveis:




William S. Burroughs manda lembranças.
Tem uma coisa que eu nunca vou entender: por que existem lugares razoavelmente civilizados onde o aborto é proibido? Mesmo que você acredite que os fetos tenham almas, qual o sentido de proibir as mulheres que desejam abortar de terem uma assistência adequada? Como todas as pessoas sensatas já devem ter percebido, abortos continuam acontecendo.

Mas as pessoas não são nada sensatas, são?